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 03/09/2012 | ECONOMIA

PIB baiano registra alta de 3,6% no primeiro semestre deste ano 446b9

O Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia cresceu 3,6% no primeiro semestre deste ano, enquanto o nacional teve uma expansão de 0,6%. Os dados consolidam uma tendência de descolamento do comportamento da economia baiana em relação à brasileira, segundo análise do secretário estadual do Planejamento, José Sergio Gabrielli, e do diretor-geral da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Geraldo Reis, que apresentaram os dados, na manhã desta sexta-feira (31), em entrevista coletiva no auditório da Seplan.No segundo trimestre deste ano, o PIB baiano teve um crescimento de 2,6%, se comparado com o mesmo período de 2011, enquanto o brasileiro ficou em 0,5%. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, quando são eliminadas as influências sazonais, o PIB baiano cresceu 0,4% no segundo trimestre. A alta é determinada basicamente pelo crescimento no setor de serviços – com destaque para o comércio varejista – e pelo setor de istração pública, que registrou alta de 2%. Gabrielli observou que os números foram computados até 30 de junho. “Nos dois meses seguintes, os dados indicam melhorias nos indicadores”. O resultado no PIB no primeiro semestre, disse, só reforça a expectativa do início do ano de que a economia baiana teria uma expansão de 3,7% ao final de 2012. O governo federal, por sua vez, prevê um crescimento de 1,7% para o país. “A expectativa baiana não tem nada de otimista. Ela é solidamente constituída de dados”. O diretor-geral da SEI declarou que as taxas são bastante relevantes, quando comparadas às do Brasil. “Elas consolidam a ideia de um descolamento da economia baiana em relação à atividade econômica nacional, dando consistência à projeção da SEI de uma taxa de crescimento anual de 3,7%, que deve ficar também acima da taxa de crescimento anual da economia brasileira. Vale ressaltar que essa tendência ao descolamento deve ocorrer também nas outras principais economias do Nordeste”.O PIB baiano é calculado com base nos resultados dos grandes setores da atividade econômica: agropecuária, indústria e serviços. O secretário do Planejamento destacou que o dinamismo da economia baiana e nordestina tem uma tendência de aceleração, tendo como principais segmentos o comércio, serviços e construção civil. Os dois primeiros, explicou Gabrielli, têm se favorecido do mercado interno, aquecido devido a programas de transferência de renda direta para as famílias; política de taxas de juros e endividamento, que permite que as pessoas comprem mais eletrodomésticos, móveis e bens de consumo duráveis, e, por fim, o aumento da renda, que possibilita a diversificação da cesta de bens consumidos, que am a incluir itens pessoais e serviços antes iníveis. “O setor de construção civil, por sua vez, está acelerado”. Ele destacou, no entanto, que não se trata meramente do ramo imobiliário, mas predominantemente das áreas comercial e industrial. “Isso é um indicativo das alterações que ainda não são mensuradas nas pesquisas, mas que terão grande influência a médio e longo prazo”. 2ru6p

Principais destaques

Comércio é o grande destaque, com uma expansão de 7,9%. O setor de serviços foi, mais uma vez, o determinante para a taxa final do PIB baiano, seja pela sua importância – 63% da economia baiana são serviços –, seja pela expansão verificada no trimestre (4,5%). No ano, o setor de serviços acumulou uma expansão de 4,7%.

Dentre os segmentos da atividade, o destaque maior ficou por conta da expansão no comércio varejista, com crescimento de 7,9% no trimestre e 7,2% no ano. De acordo com os dados da PMC-BA, o segmento de equipamentos materiais para escritório, informática e comunicação registrou a maior expansão no segundo trimestre de 2012 (51,7%), seguido por veículos e motos (13,8%) e móveis e eletrodomésticos (12%).

Cabe destacar ainda o crescimento no segmento de hipermercados e supermercados (4,1%) e material de construção (6,4%). Os bons números do setor de comércio varejista são o reflexo, em parte, do desempenho positivo do mercado de trabalho, que registrou, segundo dos dados da PME/IBGE, uma taxa de desemprego média de 11,6% no primeiro semestre, praticamente igual à do mesmo período de 2011 e à elevação do rendimento das pessoas ocupadas, que, segundo a mesma pesquisa, registra uma expansão de 7,8% em 2010.

Indústria relativamente estável e taxa da agropecuária influenciada pela seca

No segundo trimestre deste ano, a indústria baiana registrou uma expansão de 0,2% na comparação com o mesmo período de 2011. O baixo desempenho industrial baiano foi determinado, sobretudo, pela dinâmica negativa do setor de transformação. No ano, o PIB industrial baiano acumula alta de 4%.

A despeito do melhor desempenho, quando comparada ao Brasil, a transformação baiana, que tem um maior peso no segmento industrial, teve queda de 3,6% no segundo trimestre, acumulando uma expansão de 0,3% no semestre, reduzindo de forma significativa os resultados do primeiro trimestre.

De acordo com os dados da produção física mensal, comparando-se o segundo trimestre com o mesmo período de 2011, a indústria baiana recuou 1,4%, sendo que quatro dos oito segmentos da indústria de transformação influenciaram o resultado, com destaque para produtos químicos (que recuou de 39,1% para -1,4%) e metalurgia básica (de -1,0% para -19,1%).

Ainda dentro do setor industrial, destaca-se a expansão na construção civil (4,4%). Essa expansão, apesar de ser em níveis muito inferiores aos de trimestres anteriores, reflete o contínuo investimento da economia baiana num importante segmento do PIB, que é a formação bruta de capital fixo. Além disso, as bases de comparação, por serem bastante elevadas, contribuem naturalmente para menores taxas de expansão do segmento. No ano, a construção civil baiana registra uma expansão de 8,1%.

O PIB agrícola do segundo trimestre apontou uma retração de 2,8% na atividade. No ano, a queda acumulada é de 1,6%. A retração da atividade agrícola está diretamente associada aos efeitos da seca que atingiu a Bahia desde meados de 2011, impactando negativamente sobre a produção de cereais, em particular sobre a soja, que teve queda de 1,6%. Mas, se for avaliada a seca no contexto nacional, os dados apontam que seus efeitos foram mais graves nas lavouras do sul e centro-oeste do país e nos estados de Pernambuco e Ceará.



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